quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Rinaldo de Fernandes fala sobre Chico Buarque no contexto da ditadura militar, durante palestra na 5ª Flibo



Presença confirmada na 5ª edição da Flibo, o escritor Rinaldo de Fernandes falará sobre as canções de Chico Buarque no contexto da Ditadura Militar e ainda fará o lançamento do seu novo Romance "Romeu na Estrada".


"Chico, logo no início de sua carreira, foi tido como a "única unanimidade nacional" (conforme frase famosa de Millôr Fernandes). Neste momento a imagem que fica dele é a do "bom moço", o menino que toda família queria ter. Mas logo em seguida, já em 1968, essa imagem é rompida ao ser representada a peça Roda viva , dirigida por José Celso Martinez Corrêa. Depois, nos anos 70, ele se torna um emblema de resistência à ditadura. E passa a ser o artista mais perseguido pela censura do governo militar. Portanto, duas imagens fortes ficam dele - a do moço (quase) ingênuo, sereno, terno, que agrada sobretudo ao público feminino; e o artista participante, preso até a medula ao seu tempo, que se identifica com as minorias e denuncia a ditadura. Aqui ele agrada sobretudo à esquerda - mas vai muito além dela ao se tornar, por assim dizer, um centro, uma referência ética. Enfim, um artista de duplo engajamento - com a palavra e com a sociedade. A palavra de Chico é muito bem elaborada, como pouquíssimos na MPB e, mesmo, na nossa ficção. E sua visão de sociedade - sempre ao lado dos mais fracos, dos dominados e/ou oprimidos - é profunda, penetrante". 

Rinaldo de Fernandes é doutor em Letras pela Unicamp e professor da UFPB. Organizador dos livros Chico Buarque do Brasil (2004) e Chico Buarque: o poeta das mulheres, dos desvalidos e dos perseguidos (2013). Autor do romance Rita no pomar (2008), finalista do Prêmio São Paulo de Literatura. 

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